Fique sabendo em que consistiu a política do coronelismo, que caracterizou a chamada República Velha.
Ao estudar a República Velha (1889-1930), você certamente se deparou com o conceito de coronelismo. Pois bem, para entender o modo como se operava a política regionalista no Brasil, sobretudo no período que vai de 1894 (com Prudente de Moraes) até 1930 (com o fim do governo de Washington Luís), é necessário que você saiba o que quer dizer “coronelismo”.
Após a fase de implantação da república, conhecida como fase da República da Espada (1889-1894), começou a fase em que os civis passaram a ditar os rumos políticos do Brasil. Tal fase ficou conhecida como República dos Oligarcas, isto é, um tipo de governo que se concentrava nas mãos de poucas pessoas. Esses oligarcas estavam ligados aos centros de produção econômica, que se subdividiam nas regiões geográficas brasileiras. Desse modo, haviam os oligarcas de São Paulo, que se organizavam politicamente em torno da produção de café, e os oligarcas de Minas, que faziam o mesmo em torno da produção de leite e outros produtos.
O poder que essas elites econômicas exerciam sobre a política afetava diretamente a vida das pessoas comuns. Esses oligarcas também ficaram conhecidos como “coronéis”, isto é, compravam tal título para exercer influência regional e ostentar sua capacidade de “mando”. Nesse sentido, o coronel “mandava” sobre sua região de influência e instrumentalizava a vida política dos cidadãos comuns por meio de métodos como o voto de “cabresto” (voto declarado, sem sigilo) a fim de garantir a vitória do candidato de seu interesse.
Esse “mandonismo” associado ao coronelismo tornava os cidadãos comuns “clientes” dos coronéis, ou seja, as pessoas, principalmente as mais humildes, convertiam-se em seres absolutamente dependentes dos mandos e desmandos dos coronéis e submetiam-se à instrumentalização política em troca de favores mínimos, às vezes até em troca de mantimentos e abrigo. “Clientelismo” é o nome que se dá a esse tipo de comportamento.
Até os dias de hoje ainda se encontram resquícios desse tipo de política que caracterizou a República Velha, seja em grandes centros urbanos ou, com maior frequência, no interior do Brasil. Não é difícil encontrar relatos de pessoas que foram pressionadas a votar em candidato “X” ou “Y” por medo de perder algum benefício proporcionado por algum político.
* Créditos da imagem: Commons
Por Me. Cláudio Fernandes